segunda-feira, 25 de abril de 2011

Supremacia


Deu a lógica. A teoria. Passados os jogos das quartas-de-final do Paulistão, os quatro grandes se classificaram para as semi-finais sem sustos. É verdade que não foram jogos fáceis, porém longe dos quatro times terem sido ameaçados de perder a vaga. Isso mostra a supremacia que os clubes grandes tem em relação aos restantes do interior. Desde a fase de classificação em que dispararam nas primeiras colocações até os jogos dessa fase, ficou claro o grande oceano atlântico que existe entre os times.

A causa dessa grande diferença, primeiro foi a Lei Pelé que acabou com todos os clubes. O efeito nos times menores foi ainda maior já que estes não possuem muitas outras fontes de receita a não ser a venda de jogadores. Hoje, futebol é igual a dinheiro e quando há escassez dele, as coisas complicam e muito.

Outro fator que implica na diferença são as cotas de patrocínios, seja ela de camisa ou mesmo de televisão. E agora, definidas as novas cotas de tv, os grandes times do país terão muito mais dinheiro do que qualquer outro que não dispute os principais campeonatos ou que simplesmente tenham menor torcida. Essa diferença tende a aumentar a cada ano e só uma pergunta fica: O que serão dos times pequenos do interior que no passado revelaram grandes jogadores e deram tanto trabalho aos times grandes?

Um exemplo claro é na Espanha. Lá, Real Madrid e Barcelona estão a anos mil na frente dos outros times do país. Isso porque os dois ganham milhões e milhões de patrocínios de camisa e, principalmente, de televisão, enquanto que o restante briga por merrecas. Qual o desfecho disso? Apenas dois times brigando por um campeonato e não todos os 20. Qual o ganho desse fenômeno todo? Ao meu ver, nenhum.

Seria importante, talvez, fazer um campeonato paulista do interior e outro "dos grandes" e assim o vencedor de cada um fizesse uma espécie de final. Se não, que graça terá, para os times e principalmente os torcedores, os patrocinadores se a diferença entre os clubes grandes e os pequenos aumentar ainda mais?

Guilherme Sette

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