sexta-feira, 16 de julho de 2010

Alma e coração na ponta da chuteira



Por Guilherme Sette

Quem viu a partida entre Palmeiras e Santos realizada na fria capital paulista ontem à noite pelo brasileirão, notou um novo espírito da equipe verde após vencer por 2 x 1, no Pacaembu.

Quem sabe da trajetória de Luiz Felipe Scolari no cenário nacional e mundial, sabe que este Palmeiras, desfalcado, com elenco reduzido, jogou com a alma e o coração na ponta da chuteira. Nem de longe lembra aquele amontoado de jogadores que perdia partidas fáceis, há 1 mês atrás, e assustava com tamanha displicência e falta de vontade.

Mas voltando a carreira de Scolari, ele fez do Grêmio, nos anos 90, uma máquina de jogar futebol, não de toque refinado, mas de garra e força. Jogadores com menor potencial técnico superavam craques.

O treinador não ficou no banco de reservas ontem, mas é evidente que, pelo menos nesta partida, não fez falta alguma a presença física. Sua alma já havia impregnado o limitado time palmeirense.

Na preleção, os gritos, os palavrões, o carinho, o passar da mão pesada na cabeça dos jogadores.

Mistura peculiar de observador inteligente com requinte de sargento de exército.

Nós, torcedores do Palmeiras, ficamos mal acostumados com as fáceis conquistas da era de ouro da Parmalat. E estamos ansiosos principalmente por ver novamente Scolari de verde e branco.

Com a experiência que possui, sabe “ler” como ninguém o ambiente que o cerca.

E a saída para o atual Palmeiras é a volta aos tempos do Grêmio do Olímpico.

A saída para times sem grandes estrelas é fechar os espaços e velocidade nos contragolpes tudo temperado com entrega total, fazer de cada partida uma guerra.

O Palmeiras de toque refinado do tempo da Academia não será exemplo para Felipão.

Assim como o time que deu vexames seguidos nas mãos de Luxemburgo e Muricy também não.

Nenhum comentário:

Postar um comentário